quarta-feira, 22 de abril de 2009

Presença feminina na política aumenta igualdades de gêneros

Antônio Carlos por ele mesmo

Eu, Antônio Carlos Laurindo de Almeida, olhodaguense, casado com Maria do Carmo Leite de Souza Almeida, flho do senhor Manoel da Costa Almeida popularmente conhecido como Nonon e da senhora Maria José de Almeida
Formação: graduado em licenciatura plena em História pela UFPB, e atualmente professor efetivo da rede municipal de Catingueira, sertão paraibano.
Cursou as primeiras séries do primeiro grau na Escola Cônego Manoel Otaviano e o antigo ginásio na Escola Estadual Antônio Avelino de Almeida. Foi nesta primeira escola que aprendi a gostar das letras e da História, graças a minha professora Antônia Rosa.Como colega de Diomedes, fui convidado pelo mesmo a escrever semanalmente artigos que tratem de aspectos cotidianos de Olho D’Água
“ O mundo é um imenso caldearão de desigualdades, e única maneira de reduzirmos a um patamar tolerável é dividindo o nosso corpo e alma com o outro. Caminhar leva o homem para o destino escolhido; caminhar bem leva a um outro lugar, mais merecido. Afinal, o homem é o fruto do que viveu e de como soube viver.”
Poeta desconhecido

Nós não temos lido muitos artigos que falem da presença feminina na política. Parece que os noticiários sobre guerras e mortes prevalecem no gosto do leitor moderno. A densidade da notícia perversa, catastrófica, é como se vendesse mais. É bem verdade, a mídia tem falado muito mais de crimes, de ódio, de corrupção, de desesperança, etc., do que de uma verdadeira política pública feminina no que se refere a sua organização e atuação destas no campo político partidário. Mas, ainda há tempo ao alcance de nossa vontade. Nossos erros, os mais grosseiros, podem ser diluídos se tomarmos uma medida nova em nossas próprias vidas.
Hoje, vivemos uma época de transição, de mudança de comportamento e de mentalidade. Já não é estranho ver mulheres em atividades que, no passado, eram exclusivamente masculinas. Elas assumem posições de chefia nas empresas, cargos políticos de destaque, postos policiais, militares, etc. E também não causa espanto os homens realizarem tarefas que no passado eram consideradas unicamente femininas. Hoje em dia, valoriza-se, por exemplo, o homem que divide com a mulher as atividades domésticas e os cuidados com os filhos.
Até a década de 60, não se admitia a idéia de o homem fazer trabalho doméstico e de a mulher sustentar a família. Apesar de muitas mulheres trabalharem fora, naquela época era grande o preconceito diante da igualdade entre os sexos. Dizia-se que ser mãe era a principal missão da mulher. A mulher ideal era aquela que desempenhava bem as tarefas domésticas e se dedicava a cuidar dos filhos e do marido. As leis garantiam a superioridade masculina: a mulher casada devia ter autorização do marido para mudar de domicílio, abrir conta em banco ou até mesmo fazer crediário.
Muitos homens não deixavam sua mulher trabalhar em nenhum emprego. Muitos, mesmo passando necessidades, não deixavam a mulher trabalhar para não se sentirem desvalorizados.
Já em algumas civilizações antigas, a mulher desempenhava um papel tão importante quanto o do homem, neste caso merece destaque a Civilização Cretense e a de Cartago na África. Na Grécia, elas estavam excluídas da vida política, dos banquetes, dos jogos olímpicos e do teatro. Na Roma antiga, as mulheres não tinham sequer um nome: eram chamadas pelo sobrenome do homem da casa. Isto exprime o fato de que, a questão da igualdade entre os sexos não se explicar pela própria natureza do ser humano, e sim pelas verdadeiras situações culturais e históricas que herdamos dos nossos antepassados.
A nível de Brasil, o que tem ocorrido é uma participação cada vez mais efetiva da mulher em todos os campos da atividade humana, a exemplo mesmo do sistema político, em que cada vez mulheres alcançam posições de destaque. Já a nível municipal, especificamente da nossa cidade Olho D’ Água, observamos que a presença das mulheres na política local é pequena, se compararmos os 48 anos de nossa emancipação política. Isto é, durante esses longos anos de separação da cidade de Piancó, tivemos apenas cinco mulheres representando a nossa população feminina no Poder Legislativa olhodaguense.
Pasmem! Recentemente houve na nossa cidade, uma reunião para tratar da elaboração da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) par 2010, neste dia nenhuma mulher sequer se fazia presente a esta reunião, para propor temas sobre políticas públicas no tocante ás áreas de: educação, saúde, assistência social, cultura, esporte, lazer, agricultura entre outros.
Apoiar a presença de mulheres em cargos públicos de poder é hoje a principal estratégia para avançarmos na viabilização de políticas de igualdade de gêneros.
A implantação de políticas de combate à discriminação de gênero passou a ser um problema do Estado. A experiência histórica tem mostrado que, nos momentos de ampliação dos espaços democráticos, as mulheres têm mais possibilidades de avançar nas suas conquistas.
Ao recordar a História, lembro bem que, em 1890 na elaboração da primeira constituição brasileira, o deputado Saldanha Marinho apresentou emenda concedendo o direito ao voto feminino, mas diante da ausência de pressão política pelas próprias mulheres, a emenda foi rejeitada.
Por recomendação da Conferência Mundial sobre a mulher em Pequim, realizada em 1995, a ONU (Organização das Nações Unidas) trabalha com a meta de que os legislativos tenham uma representação feminina de pelo menos 30%.
Sabemos que o Brasil está longe dessa meta, porque os partidos políticos reproduzem o verdadeiro machismo e a estrutura patriarcal da sociedade.
As mulheres já mostraram que podem ocupar e que realmente tem capacidade para exercer vários cargos, mas são muitas vezes impedidas pelas disputas partidárias. Fala-se muito em igualdade, mas na hora de escolher o candidato a qualquer cargo, na maioria das vezes, o partido não cogita o nome de uma mulher.
Portanto, para que uma sociedade se torne verdadeiramente democrática, justa e cidadã é preciso fortalecer o desenvolvimento de políticas específicas para o gênero feminista e ampliar o acesso das mulheres à atividade legislativa.
Antonio Carlos Laurindo de Almeida
Historiador

Nenhum comentário:

Postar um comentário